A 1a Feira do Livro Feminista Autônoma (FLIFEA) é uma atividade que ocorre em paralelo à Feira do Livro de Porto Alegre, tendo por objetivo difundir a produção cultural e artística feminista, que na maioria das vezes não se insere no mercado editorial.

Conforme as participantes, na noite de domingo, 01/11, ocorria um ensaio musical e artístico para uma apresentação no evento, com cerca de 20 mulheres, quando uma viatura da BM chegou ao local, supostamente devido ao barulho e som alto. Os brigadianos passaram a filmar a movimentação e logo passaram a intimidar as participantes, na medida em que elas reagiam à presença dos policiais. As manifestantes começaram a se organizar para ir embora, como forma de proteção. No entanto, conforme relataram, em seguida estacionaram outras viaturas, com mais policiais. “Estavam em atitude extremamente agressiva”, contaram as participantes da Feira do Livro Feminista e Autônoma.

A tentativa de deter uma das participantes de maneira violenta, gerou reação das mulheres, resultando numa série de agressões físicas por parte da polícia. No total, foram nove mulheres feridas, quatro em estado grave, precisando de atendimento médico. As agressões aconteceram de maneira simultânea. Segundo as participantes, alguns brigadianos ameaçavam: “Eu vou queimar você!”, após sacarem suas armas. Uma das mulheres ameaçadas avisou que estava grávida, o que não foi levado em conta pelos policiais, que mantiveram a conduta agressiva.

As mulheres que estavam com celulares foram alvo específico de agressões, e dois aparelhos teriam sido roubados pelos policiais. Algumas das participantes que tentavam fugir eram perseguidas e derrubadas. Caídas ao chão, apanhavam com cacetetes e chutes, enquanto outras colocavam seus corpos como escudos para tentar proteger as demais. As agressões só acabaram quando as mulheres conseguiram chegar até as proximidades do Hospital de Clínicas, ocasião em que os policiais finalmente dispersaram.

No dia 03, às 18.00 horas ocorreu a manifestação “Mexeu com uma! Mexeu com todas!” contra este episódio de criminalização da legítima ocupação dos espaços públicos da cidade pelos movimentos sociais.

Segundo o Relatório Lilás 2014, o Rio Grande do Sul mostra números alarmantes de violência contra as mulheres: a cada 20 minutos, uma mulher sofre algum tipo de agressão física com lesão corporal, sendo que 1.051 casos de estupros foram registrados no mesmo ano.

Confira a íntegra da nota divulgada pelas organizadoras da 1a Feira do Livro Feminista Autônoma :

http://flifeapoa.noblogs.org/post/2015/11/02/urgente-pedido-de-solidariedade-agressao-policial-durante-a-flifea/

Fonte: SindBancários de Porto Alegre e Região