A comissão especial de impeachment da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta segunda-feira (11), por 38 votos a favor, 27 contrários e nenhuma abstenção, o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), que recomendou a abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.
A reunião para votação do texto teve início às 10h30 de ontem, com posicionamentos do presidente da comissão, deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF), do relator Jovair Arantes (PTB-GO), do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo e dos 27 líderes partidários.
Entenda como votaram alguns grupos de parlamentares
Os líderes do PP, PSD, PHS, PROS e Rede Sustentabilidade liberaram na comissão especial do impeachment, suas bancadas para a votação do parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), pela admissibilidade do impedimento da presidenta Dilma Rousseff.
Diante disso, no PP, três deputados votaram a favor e dois contra. No PSD, votaram a favor o deputado Marcos Montes (MG) e o presidente da Comissão, Rogério Rosso (DF), que até então mantinha posição neutra; apenas um voto contra foi computado, o de Paulo Magalhães (BA).
No PHS, o único deputado na comissão, Marcelo Aro (MG), votou a favor do parecer, assim como no PROS onde os dois representantes foram favoráveis ao texto – Eros Biodini (MG) e Ronaldo Fonseca (DF). Na Rede, por sua vez, o deputado Aliel Machado (PR) votou contra o relatório.
Já os líderes do PRB, Solidariedade, PSB, DEM, PPS, PR e PMB declararam voto pelo impeachment, enquanto as lideranças do PT, PCdoB, PDT, PTN, PSOL e PEN firmaram posição contrária ao impeachment.
O PMDB, que recentemente saiu da base do governo e que tem a vice-presidência da República (Michel Temer) e as presidências da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha) e do Senado (Renan Calheiros), liberou sua bancada para votar. Dos sete deputados na Comissão Especial de Impeachment, quatro votaram a favor do parecer do relator Jovair Arantes e três votaram contra.
Apesar de derrota na comissão, governistas acreditam em vitória no plenário
Apesar da aprovação do parecer favorável à admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na comissão especial da Câmara, deputados da base aliada analisaram o placar da votação como positivo. Segundo os governistas, se a proporção de votos na comissão se repetir no plenário da Casa, a denúncia contra Dilma será arquivada. “Essa proporção não dá impeachment. Não significa que está garantido [o arquivamento da denúncia] mas eles [oposição] estão, eu diria, exagerando na comemoração”, disse o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) à Agência Brasil logo após o desfecho da votação na comissão especial.
“É claro que perdemos, óbvio. O que estou fazendo referência é que essa proporcionalidade não garante o impeachment. E a comissão foi uma indicação absolutamente controlada [dos líderes], diferentemente do que é o plenário e, mesmo assim, tivemos votos contra o impeachment”, acrescentou Chinaglia.
Para o líder do PSOL, Ivan Valente (SP), a oposição saiu frustrada da votação, apesar da vitória. “Eles criaram uma expectativa muito alta, para mais de 40 votos, e não atingiram. É um resultado que, proporcionalmente, não materializa o impeachment no plenário”, disse. Para o deputado, dois fatores principais influenciaram a votação na comissão: a pesquisa DataFolha divulgada no último sábado (9), que mostra que a maioria dos entrevistados é favorável tanto ao impeachment de Dilma como do vice-presidente da República, Michel Temer; e o vazamento do áudio em que Temer apresenta propostas que pretende discutir, caso assuma o governo, mesmo antes da votação do impeachment.
Fonte; EBC, Agência Brasil.