Vânio Presa recebeu pena de 15 anos e dez meses de prisão

 A Justiça de Alvorada condenou o ex-vereador Vânio Presa (PMDB) e mais 04 pessoas pela prática de crimes apurados pela Operação Alderman, do Ministério Público Estadual.

O Juiz de Direito Roberto Coutinho Borba, da 2ª Vara Criminal de Alvorada, condenou o ex-Vereador Vânio Presa, a companheira dele Daniela Gonçalves, seu assessor, Juliano Cassal Manente, seu irmão, Ronaldo Ramos, e sua cunhada, Patrícia Vieira de Mello, pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Vânio comandava o grupo que utilizava como fachada pizzarias da cidade.

 Caso

Segundo as investigações do Ministério Público, Vânio possuía estreita relação com um homem preso por tráfico de drogas, forma que o ex-parlamentar utilizava para angariar fundos para suas campanhas. Entre os anos de 2010 e 2014, ele não declarou nenhum bem para a Receita Federal. Porém, foi comprovada a aquisição de diversos carros, imóveis e estabelecimentos comerciais, em nome de outras pessoas.

As investigações foram deflagradas a partir da Operação Alderman, que realizou buscas em escritórios de contabilidade, pizzarias e uma residência, em novembro de 2016. O objetivo foi conseguir provas de que o grupo lavava o dinheiro oriundo de crimes licitatórios contra a Administração, tráfico de drogas e agiotagem em pizzarias de propriedade dos réus.

 Sentença

Conforme o magistrado, ficou comprovado que o ex-Vereador estava envolvidos com o tráfico de drogas, pois um de seus assessores foi preso em flagrante. “Do mesmo modo, evidenciando que Vânio auferia proventos da traficância ilícita de drogas, o fato de seus funcionários (na empresa ‘Território das Pizzas’) e assessores na Câmara de Vereadores terem sido presos em flagrante pela prática do crime de tráfico de drogas.”

Além disso, destaca o Juiz, Vânio é investigado pelo Ministério Público pela prática de atos de improbidade administrativa, por suposto desvio de finalidade e gasto desarrazoado com diárias pela Câmara de Vereadores de Alvorada, assim como por manter assessores “fantasmas”, que percebem remuneração sem a contraprestação dos devidos.

Sobre a ocultação dos bens, o magistrado destacou que “Vânio era quem definia a forma de atuação dos comparsas, sempre zeloso para que sua concorrência para as práticas delitivas não viesse à tona, ocultando sua participação societária em pessoa jurídica, assim como o patrimônio amealhado a partir dos crimes precedentes.”

Penas

  • Vânio Presa foi condenado a 15 anos e 10 meses de reclusão, em regime inicial fechado, e perda da função pública, caso ainda estivesse exercendo. Não poderá recorrer em liberdade.
  • Daniela Gonçalves, companheira de Vânio, foi condenada a 12 anos e 8 meses de reclusão, em regime inicial fechado e pagamento de 120 dias-multa.
  • Juliano Cassal Manente foi condenado a 11 anos e 01 mês de reclusão, em regime inicial fechado e pagamento de 90 dias-multa. Não poderá recorrer em liberdade.
  • Ronaldo Ramos foi condenado a 9 anos e 11 meses de reclusão, em regime inicial fechado, e pagamento de 60 dias-multa.
  • Patrícia Vieira de Mello teve pena definitiva em 9 anos de reclusão, regime inicial fechado e pagamento de 50 dias-multa.
Processo nº 003/21600090649 (Comarca de Alvorada)