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As recentes alterações na autorização de parto na forma cesariana pelos planos de saúde pretendem equalizar o fenômeno que se percebe no Brasil, em que o parto nesta modalidade tem alcançado números alarmantes, se visto em face dos partos normais, realizados nas últimas décadas no país. Estima-se que dos procedimentos obstétricos, realizados pela rede de saúde suplementar, 84% diz respeito a parto cesáreo, média esta que na rede pública de saúde é inferior a 40%*.

Neste sentido, a regulação que o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde estabeleceram, mediante processo de consulta pública, a adoção de cartão da gestante, na qual será anotado todo o acompanhamento pré-natal; e a realização de partograma, o qual corresponde ao registro sobre o procedimento obstétrico em questão, e que poderá inclusive condicionar a remuneração do evento.

A medida se justifica pelo quadro em que o parto cesáreo passou a ser uma regra, quando deve ser tratado como uma exceção na forma de nascimentos. Ou seja, no Brasil, a escolha pela cesariana é feita, muito das vezes, sem qualquer necessidade clínica. O que causa preocupação é que tal procedimento, quando desnecessário do ponto de vista clínico, pode acarretar sérios prejuízos para a saúde da gestante e para o recém-nascido, entre os quais: patologias respiratórias, as quais aumentam em 120 vezes a probabilidade de ocorrência; e óbitos infantis, que variam entre 16% a 25%, conforme o tempo de vida.

Estas, entre outras medidas são adotadas pelas organizações de saúde do país, como forma de conter o que é considerada uma epidemia de cesarianas, a qual têm sido o meio prioritário de trazer os filhos ao mundo. Ademais, a conduta dos profissionais de saúde, em especial os médicos e médicas, mas também as escolhas das gestantes devem ser consideradas nas estratégias que visam reverter este quadro.

Na qualidade de usuárias de planos de saúde, as gestantes devem atentar para que a recomendação médica de realização de cesariana corresponda efetivamente a uma necessidade clínica. Com isso, à gestante deve ser garantida a condição de protagonista do evento obstétrico, razão pela qual a sua escolha pelo parto normal, deve ser respeitada, na medida em que inexista a necessidade de que o parto se dê por meio de cesariana.

 

DICA DE FILME: RENASCIMENTO DO PARTO – O FILME

 

Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer”

Michel Odent

 

Na intenção de colaborar com o debate sobre o tema dos procedimentos obstétricos no Brasil, sugerimos aos nossos leitores o filme intitulado O Renascimento do parto. A seguir, reproduzimos a sua sinopse, que está disponível no site:http://orenascimentodoparto.com.br/, no qual se encontram outras informações sobre a exibição do mesmo.

 

SINOPSE

O filme “O Renascimento do Parto” retrata a grave realidade obstétrica mundial e sobretudo brasileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções traumáticas e desnecessárias, em contraponto com o que é sabido e recomendado hoje pela ciência. Tal situação apresenta sérias consequências perinatais, psicológicas, sociais, antropológicas e financeiras. Através dos relatos de alguns dos maiores especialistas na área e das mais recentes descobertas científicas, questiona-se o modelo obstétrico atual, promove-se uma reflexão acerca do novo paradigma do século XXI e sobre o futuro de uma civilização nascida sem os chamados “hormônios do amor”, liberados apenas em condições específicas de trabalho de parto.

 

 

 

*Fonte ANS e MS.